sábado, 30 de maio de 2009

Copa do [sub] Mundo

O cenário político nacional está em polvorosa com o anúncio oficial das cidades brasileiras que serão sede de jogos do mundial.
Pudera, é incrível a perspectiva de crescimento estrutural das respectivas microrregiões que sediarão jogos da copa, é comparado como acertar a Mega-sena (considerando como administração publica). A estimativa é que os investimentos e a demanda turística que o evento proporciona atinjam um raio de 150 km dentro de cada região sede.
É óbvio que temos inúmeras coisas mais importantes a serem tratadas no país ao invés de peladas de bola. Porém muitos benefícios e melhorias que o país necessita só poderiam surgir desta maneira mesmo, por questões que todos nós brasileiros conhecemos muito bem.

Não há necessidade de lamentar e criticar todos os investimentos que serão feitos, esta é uma oportunidade única de melhorar "um pouco" a imagem e a qualidade desta terra, pois de outro jeito nada iria acontecer.

Aqui tudo fica bem mais fácil quando tem futebol no meio.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Faltam grades


Interessantíssima a decisão da Justiça sobre a quadrilha que articulava roubos de caminhões no Rio Grande do Sul.
A polícia solicitou a prisão dos elementos, em torno de 15 indivíduos, e o juiz, intrigantemente, negou o pedido alegando não ter vagas disponíveis em nenhum presídio para fazer valer a lei. E não são poucas as pessoas que estão a condenar a decisão auferida pelo juiz, que tomou esta medida por uma única e coerente razão: já que esta seríssima situação dos presídios em nosso estado não está sendo levada a sério, vamos dar uma pequena amostra do que estará por vir se não for tomada nenhuma providência imediata.

Não interessa se as cadeias estão ocupadas por deliquentes bem menos relevantes do que uma quadrilha que rouba caminhões, crime é crime e ponto final. E a solução não é escolher arbritrariamente entre os casos menos significantes para darem vagas aos casos mais sérios na prisão.

A decisão tomada pelo juiz foi apenas um tapa de luva e um ato de extrema coragem, cujo primeiro objetivo já foi imediatamente alcançado: criar polêmica, para que alguma autoridade comece a levar a sério toda esta palhaçada.

Bravíssimo !!!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

"Vechame"



É duro testemunhar que a maior autoridade do nosso país não tenha o mínimo de preparo nem para manter a sua própria imagem.
Mais um episódio envolvendo o nosso Excelentíssimo Presidente da República alimentou os jornalistas nesta semana, desta vez agora na Turquia.

"– Qualquer vendedor que for vender um produto na casa das pessoas, prontamente ele é chamado de turco. Eu não sei se é o turco nascido em Istambul ou no tempo do Império Otomano, nascido na Arábia Saudita ou no Líbano."

Não há nada mais patético do que uma pessoa tentando passar por esclarecida utilizar palavras de que não tem o menor conhecimento. Até onde sei, "turco" limita-se ao cidadão que nasce na Turquia. A não ser que tenham mudado a denominação......
De onde diabos ele imaginou que as autoridades daquele país achariam graça saber que aqui no Brasil vendedores de porta em porta são apelidados de "turco" ? Diria ele na Bahia que nos outros estados é chamado de "baiano" uma pessoa relativamente devagar ? Ou que cearense é sinônimo de cabeça chata ?? E a piada dos gaúchos então ? É muita falta de bom senso.

Outra estapafúrdia, desta vez argumentando que o território brasileiro possui 15 milhões de quilômetros (!?) em fronteiras terrestres. Isso em puro "portuguêis" (gracas, o que deve ter dificultado a compreensão dos presentes). O pior, isso não se caracteriza como falta de informação ou mera distração, e sim como falta de raciocínio. Como poderia um país ter uma faixa de fronteiras terrestres com o tamanho de 425 voltas ao redor do mundo ?! Dá vergonha de ser brasileiro, mesmo com 5 canecos de copas do mundo. Agora graças a ele, talvez lá na Turquia, "brasileiro" se torne uma referência aos ignorantes.

Há um tempo atrás assisti a uma entrevista do Fernando Henrique, comentando que estava de partida para a França onde iria receber um prêmio internacional de reconhecimento na área de sociologia. Bem, se tal fato tivesse ocorrido em meio ao seu mandato lá estariam milhões de bocas a reclamar: " Mas só viaja esse cara !!"

Agora analisem e comparem.




sábado, 9 de maio de 2009

Marcha a ré



É impressionante como uma coisa que causa prazer imediato pode motivar tanto às pessoas. Esse protesto pedindo a legalização da maconha, em Porto Alegre, assim como ocorreu em São Paulo e que mobilizou um impressionante número de protestantes por uma causa quase que utópica. Claro que é utópica, pois quem acredita que a maconha ainda não é liberada no Brasil é por que só considera o lado comercial dela. Não pode ser comercializada, porém é só dar uma volta pelas ruas do centro, à noite ou dia, que o consumo é indiscutivelmente visível, totalmente livre e impune.
Por acaso há fiscalização no meio, a Polícia com 'fumômetros' e 'cheirômetros' para coibir motoristas doidões nas estradas ? Se isso tudo não é liberdade, não sei mais nada ! Ah não, sei sim:
sei que sou um criminoso mesmo sem nunca ter botado um toco de cigarro sequer na boca, mas se sair pra dar uma volta de carro, beber uns chopps e ser pego em uma barreira. Já 'maconheiros' podem fazer o que quiserem após fumarem, desde que não sejam pegos com grandes quantidades.


Os interessados em legalizar esse veneno são apenas dois: os que lucram com ela, os traficantes (que inclusive seriam extintos e sucumbidos pelas grandes marcas de cigarro caso houvesse a legalização); e aqueles fumantes que não querem sofrer nenhum tipo mais de discriminação, almejando poder fumar livremente o seu "cigarrinho" de erva quando der na telha como se fosse um cigarro qualquer ou bebida alcoólica, em bares, festas e demais locais públicos fechados, sem serem importunados. Uma espécie de legalização moral, que serviria de justificativa até aos pais, esposas, filhos, patrões, e etc.

"- Agora pode oh, tá dentro da lei !"

Até o dia em que um motorista de ônibus resolver fumar um inocente baseado no seu intervalo e, depois, em frente ao volante tentando perseguir "duendes" pela pista, atropelar a família inteira desse cara na rua.
Daí, vão inverter a canastra. Surgirão passeatas pela proibição da droga.

Não seria mais coerente evitar tudo isso desde o início ?

terça-feira, 5 de maio de 2009

Kikito de jiló


Sempre questionei a necessária existência de pedágios em nossas estradas e rodovias. Pedágios intermináveis. Não há outro lugar no Brasil com tantos pedágios como no RS. Pedágio passa a ser um ponto de passagem que recolhe tarifas de transeuntes motorizados a fim de reverter em manutenção e melhorias da própria estrada. Porém, pedágios normalmente são considerados como minas de ouro neste país de palhaços que não cansam de pagar impostos, tarifas, taxas e etc. O posto de pedágio é entregue aos cuidados de uma empresa, e qual o objetivo de toda e qualquer empresa ? Auferir lucro.
Recentemente em uma visita técnica ao porto de Rio Grande com a minha faculdade, o guia de uma das empresas de transportes e logística nos justificou uma das principais vantagens do transporte fluvial: pedágios.
Do sul do estado até Santa Catarina, segundo ele, são 4 praças de pedágio. E de Santa Catarina até o Rio de Janeiro ? Apenas uma. Somente um ponto de pedágio.

**

Pois bem, tive o privilégio de ir passear na cidade de Gramado, em nossa querida e idolatrada serra gaúcha, como normalmente fazemos todos os anos. Neste percurso, em torno de 90km, são dois pontos de pedágio para ir e dois para voltar, totalizando assim R$18,20 ; somente para a permissão de trafegar nas rodovias. Há de se considerar toda essa "conspiração" antes de programar um passeio com a família.
Seguindo, agora os visitantes de Gramado já tem mais um valor a desembolsar para visitar a cidade. Sim! Gramado chegou à era do parquímetro ! Inúmeros "laranjinhas" percorrem as ruas com prancheta, caneta e troco, vendendo bilhetes para estacionar. Além destes funcionários, a cidade conta com um moderníssimo sistema digital para cadastrar a vaga em que a pessoa estacionou, sendo que quando esperava a minha vez de usar o equipamento, uma senhora muito elegante, uma madame, estava encantaaaaada com tamanha tecnologia nos dias de hoje!! Foi nesse momento que desistí de prestar qualquer reclamação na secretaria de turismo, pois seria capaz de passar vergonha e ser chamado de miserável por não querer pagar R$1,20 por hora estacionada. Há vagas demarcadas e numeradas na rua, um profissionalismo de dar inveja a qualquer Safe Park.
Ah, mas a melhor parte vem a seguir. Ao estacionar o veículo, o motorista deve informar ao laranjinha quanto tempo pretende ficar estacionado. Se eu informar 1 hora, pago por ela e devo retirar o veículo em até 2 horas no máximo, ou ganharei uma notificação de R$9,00. Para deixar o carro no olho da rua, em pleno feriado.
Resumindo, não tenho nem o direito a deixar o veículo estacionado e pagar pelo devido tempo utilizado quando quiser ir embora; devo programar o meu passeio em função do horário registrado do estacionamento se não quiser desembolsar outra tarifa.
Me informou o laranjinha que trata-se de uma empresa, ou seja, não é da prefeitura, é uma empresa terceirizada. A administração da cidade vendeu a uma empresa o direito de exploração da via pública.

Um kikito para a administração da cidade, mas não de bronze nem de chocolate.
Um kikito de jiló.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Quanto custa ?



Quem nunca se sentiu triste por não conseguir comprar algo que tanto deseja, que jogue a primeira pedra.
Pode ser um tênis, um computador, carro, roupas de marca, etc... Todos nós, sem exceção, volta e meia nos esbaldamos em frente à vitrines, anúncios de jornais e propagandas na televisão. Algumas pessoas interpretam tal fato como infelicidade. Outras, como uma forma de motivação.
Porém não falo apenas de coisas relativamente simples que custam um pouco a mais do que outras, mas sim de mercadorias com valores exorbitantes. Daquelas que devem massagiar o ego do adquirinte por anos a fio, fazendo-o ganhar uma posição de destaque na sociedade em que vive, e que muitas vezes foi comprada por impulso, sem o mínimo de reflexão para deduzir se aquilo realmente vale o preço.
As madames, patricinhas e metrosexuais que me desculpem, mas será que pagar valores absurdos por artigos, como roupas e calçados são justificáveis ?
Somente o fato de serem da marca "Claudio Klein" ou da "Polo Armando" é o suficiente para pagar um valor incabível pelo artigo ? E olhem que estou sendo bem flexível, pois me refiro a cifras com mais de 5 digítos!
Não me considero uma pessoa de baixo poder aquisitivo, tenho tudo o que preciso e até mais do que isso. Porém procuro usar meu dinheiro com extrema racionalidade e coerência.
Acho extremamente desconfortável e de mau-gosto quando entro em alguma loja e as mercadorias expostas estão sem etiquetas, e sou obrigado a questionar o preço aos vendedores. Me passa a idéia que aquelas mercadorias estão ali como iscas no anzol, onde peixes irracionais passem em frente todos os dias (assim como eu nesse caso) e se encantem com uma determinada peça de roupa ou calçado, e numa transe compulsiva de consumismo só se preocupem com o preço quando estiverem na fila do caixa e com a sacola na mão.
Sinto que estão subestimando a minha inteligência.

Esta é justamente a filosofia do capitalismo. Não é o quanto que vale o produto, e sim quanto que as pessoas estão dispostas a pagar por ele. Desonesto ? Claro que não. O problema está na mente das pessoas. Nos conceitos, valores e costumes.

Embora eu esteja longe de ser um apreciador da atividade, freqüentemente visito lojas somente para olhar e ter idéia do quanto custa um determinado tênis ou peça de roupa, inclusive aquelas que de cara já sei que não posso comprar. E ao questionar o valor, mesmo já mentalizando uma quantia absurda, ainda assim muitas vezes sou superado pelo real preço do produto.
E isso me causa alguma chateação, ou me faz sentir inferior aos demais que o compram ? O fato de saber que não posso pagar pelo artigo que estou analisando ?

Não. É uma questão de padrões.


Posso até pagar um bom valor por uma roupa ou tênis, desde que não precise vender a minha moralidade.