sexta-feira, 1 de maio de 2009

Quanto custa ?



Quem nunca se sentiu triste por não conseguir comprar algo que tanto deseja, que jogue a primeira pedra.
Pode ser um tênis, um computador, carro, roupas de marca, etc... Todos nós, sem exceção, volta e meia nos esbaldamos em frente à vitrines, anúncios de jornais e propagandas na televisão. Algumas pessoas interpretam tal fato como infelicidade. Outras, como uma forma de motivação.
Porém não falo apenas de coisas relativamente simples que custam um pouco a mais do que outras, mas sim de mercadorias com valores exorbitantes. Daquelas que devem massagiar o ego do adquirinte por anos a fio, fazendo-o ganhar uma posição de destaque na sociedade em que vive, e que muitas vezes foi comprada por impulso, sem o mínimo de reflexão para deduzir se aquilo realmente vale o preço.
As madames, patricinhas e metrosexuais que me desculpem, mas será que pagar valores absurdos por artigos, como roupas e calçados são justificáveis ?
Somente o fato de serem da marca "Claudio Klein" ou da "Polo Armando" é o suficiente para pagar um valor incabível pelo artigo ? E olhem que estou sendo bem flexível, pois me refiro a cifras com mais de 5 digítos!
Não me considero uma pessoa de baixo poder aquisitivo, tenho tudo o que preciso e até mais do que isso. Porém procuro usar meu dinheiro com extrema racionalidade e coerência.
Acho extremamente desconfortável e de mau-gosto quando entro em alguma loja e as mercadorias expostas estão sem etiquetas, e sou obrigado a questionar o preço aos vendedores. Me passa a idéia que aquelas mercadorias estão ali como iscas no anzol, onde peixes irracionais passem em frente todos os dias (assim como eu nesse caso) e se encantem com uma determinada peça de roupa ou calçado, e numa transe compulsiva de consumismo só se preocupem com o preço quando estiverem na fila do caixa e com a sacola na mão.
Sinto que estão subestimando a minha inteligência.

Esta é justamente a filosofia do capitalismo. Não é o quanto que vale o produto, e sim quanto que as pessoas estão dispostas a pagar por ele. Desonesto ? Claro que não. O problema está na mente das pessoas. Nos conceitos, valores e costumes.

Embora eu esteja longe de ser um apreciador da atividade, freqüentemente visito lojas somente para olhar e ter idéia do quanto custa um determinado tênis ou peça de roupa, inclusive aquelas que de cara já sei que não posso comprar. E ao questionar o valor, mesmo já mentalizando uma quantia absurda, ainda assim muitas vezes sou superado pelo real preço do produto.
E isso me causa alguma chateação, ou me faz sentir inferior aos demais que o compram ? O fato de saber que não posso pagar pelo artigo que estou analisando ?

Não. É uma questão de padrões.


Posso até pagar um bom valor por uma roupa ou tênis, desde que não precise vender a minha moralidade.

3 comentários:

  1. Cara, o poder aquisitivo do povo vem aumentando demasiadamente..podemos perceber que, quando em alguns meses atrás ocorreu a queda do juros nacional. O que aconteceu? O pessoal recorreu aos bancos, empréstimos, cheques especiais, crediários, financiamentos. Com uma política econômica instável (não venha me dizer que o lula nos deu estabilidade econômica), o povo não se dá conta do "tiro no pé" que esses tipos de créditos oferecem.

    No teu post onde tu dá o exemplo corriqueiro de produtos de marca internacionais como: sapatos e roupas, o pessoal se delicia com os crediários e parcelamentos, sem muitas vezes prestar atenção no valor final da mercadoria! "à vista eu não tenho 300 reais pra pagar num tennis, mas 10x R$55,00 fica tranquilo pra mim!" hahahah é uma PIADA.

    E usamos o exemplo de um produto interno, que ajudaria nossa economia: ENTRE UM OLIMPIKUS E UM NIKE, qual o pessoal prefere? Qualidade x Status...

    Tenho que cagar! hahaha

    abraço meu guri..continua a LUTA!

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  2. Pois é...
    Tu sabe que eu trabalho com as pessoas da classe social mais baixa. E o mais interessante é que a gente que tem um poder aquisitivo razoável ainda questiona essas coisas e não gosta de ser feito de idiota. Mas tenho alunos que são explorados por menos de um salário mínimo, mas inflam o peito pra dizerem que compraram um Nike a 600 reais... isso realmente me entristece.

    Eu compro roupa em queima de estoque e balaio e acho que elegância não depende do preço.

    Abração

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  3. Bom, visto que criei um blog somente para falar da minha necessidade absurda de parar de consumir, nem preciso dizer que teu post faz eu me sentir mais empolgada em seguir na "batalha". Entenda, para quem nasceu e vive exposto ao consumismo como nós, não é nada fácil. Acredito que para mulheres é ainda mais difícil. Vivemos na constante luta do quem tem mais é melhor e a competição está na nossa corrente sanguínea. Mas tem que ser forte...to na luta. :)

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